terça-feira, 11 de março de 2014

Texto por Jaime Lousa


Lousa

     Falamos de casas, das pequenas, enormes, que a pintura encerra; sendo que a pintura é a grande casa: daqui partimos, não sabemos quando regressamos.
         A pintura de Domingos é um périplo por uma memória – digamos que telúrica, gregária - actual. E sem contradição.
         Para exemplificar: As paisagens de Domingos são pura alquimia, tão reais e oníricas. De perto, muito perto, Gonçalo Torrente Ballester, ficcionou que na Galiza, cidades levitam, comendo empadas de enguias.
         Domingos flutua entre a “realidade real” e as fábulas.
         Catedrais Gongóricas para dizer pelo pincel o seguinte: música: música leveza, movimento.
         Talvez seja altura de, afastados do Terreiro de Paço, pensarmos em quem pinta Portugal, quero dizer, quem nos pinta.
         A tempo: favor repararem na carga satírica do “Porco”, não, não é você, na ternura irónica, e tão certeira, do quase retrato de Art Buchwald como no “Anjo da Guarda” figura bem conhecida do nosso quotidiano.
         Domingos revitaliza casas, pontes, pessoas.

                                                             Jaime Lousa

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