Lousa
Falamos de casas, das pequenas, enormes, que a
pintura encerra; sendo que a pintura é a grande casa: daqui partimos, não
sabemos quando regressamos.
A
pintura de Domingos é um périplo por uma memória – digamos que telúrica,
gregária - actual. E sem contradição.
Para
exemplificar: As paisagens de Domingos são pura alquimia, tão reais e oníricas.
De perto, muito perto, Gonçalo Torrente Ballester, ficcionou que na Galiza,
cidades levitam, comendo empadas de enguias.
Domingos
flutua entre a “realidade real” e as fábulas.
Catedrais
Gongóricas para dizer pelo pincel o seguinte: música: música leveza, movimento.
Talvez
seja altura de, afastados do Terreiro de Paço, pensarmos em quem pinta
Portugal, quero dizer, quem nos pinta.
A
tempo: favor repararem na carga satírica do “Porco”, não, não é você, na
ternura irónica, e tão certeira, do quase retrato de Art Buchwald como no “Anjo
da Guarda” figura bem conhecida do nosso quotidiano.
Domingos revitaliza casas, pontes,
pessoas.
Jaime Lousa
Sem comentários:
Enviar um comentário